quarta-feira, julho 12, 2006

Ele não sabia, e agora era tarde.

Ela estava com outra pessoa, ela que sempre esteve por perto, agora estava indo para longe, ia se mudar para outro lugar, distante.
Ele não sabia o que fazer, devia ele gritar que era loucura, devia falar de como se sentia, de como estava machucado, de como não saberia viver sem ela. Ou simplesmente deixa-la partir.
Ele parou por um momento para pensar, a culpa era dele, ele nunca prestou atenção nela. A vida estava lhe dando mais uma lição, e ele tolamente lutava para não aprender.
Ele decidiu que ainda dava tempo, ela ainda não fora, ele teria tempo de lhe falar.
Com todas as forças da sua vida ele deciciu sair correndo, antes que fosse tarde, antes que perdesse a coragem.
Ele correu até a casa dela, quando chegou lá, parou na frente do prédio dela, e teve seu ultimo momento de duvida, será que ela entederia a sua dor e aceitaria o seu amor, ele tocou o interfone, uma vez, duas vezes, três vezes, uma voz sonolenta atendeu, era outra pessoa, ele pediu para falar com ela, ele precisava falar com ela, do outro lado do interfone ele escutou algo que não queria, ela havia se mudado fazia uma semana, aquele era o novo morador, e dela nada ele sabia, somente que ela deixara uma caixa com cartas, a pessoa do interfone pediu para que ele devolvesse as cartas para moça, afinal de contas ele devia ser amigo dela, e como não tinha o endereço da moça ele ia jogar fora, mas se alguém pudesse devolve-las seria melhor.
Ele achou que poderia descobrir algo nas cartas que lhe indicasse onde ela morava agora, entnao resolveu pegar as cartas. Ele levou a caixa para casa e lá ele abriu, nela tinha algumas cartas e alguns papeis, logo na primeira carta ele se ajoelhou e chorou, era uma carta para ele, datada de anos atrás, as cartas nunca foram remetidas, mas estavam endereçadas para ele, como num diario elas contavam o amor que ela tinnha por ele, e como esse amor foi morrendo por culpa dele, até que ela resolveu esquece-lo e seguir com a vida.
Ela havia se mudado por que não podia mais viver perto dele, e da indiferença, não fora o novo namorado, mas este estava ajudando muito nessa nova fase da vida dela, ela havia se apaixonado novamente, e pretendia ser feliz.
Ele nunca mais a viu, e nem teve mais notícias, mas até hoje ele guarda as cartas.

Reencontro

E se passou tanto tempo, seu rosto carrega as marcas dos relacionamentos passados, já foi feliz, mas não se lembra mais.
Ele tem quase 40 anos, mas quando se olha no espelho, pensa estar cansado demais para continuar. Todos dias ele se move por habito, vai pro trabalho pensando no passado. Ele vive se alimentando de memorias deturpadas, onde ele acha que foi feliz, memórias que ele moldou com o passar dos anos.Dessas memórias a que mais lhe acalenta é a memória do seu grande amor.
Lucila morava duas casa para baixo da sua, eles não cresceram juntos, ela saia pouco de casa, ela a via passando no carro com os pais dela, ele sonhava que casaria com ela e seria eternamente feliz.
Mas um dia Lucila se mudou, antes que ele pudesse dizer o que sentia, de falar de como seriam felizes no futuro, sem dizer que ela seria sempre seu amor. Ele ficou triste por varios dias.
Ele cresceu, mas nunca esqueceu Lucila, era ela, ou o ideal dela, que servia de comparação para todos seus relacinamentos, todos foram fracassos, ele queria mesmo amar Lucila, queria casar com ela e viver feliz para sempre, Lucila nunca apareceu, e seu amor foi ficando cada vez mais amargo, até chegar ao ponto de não conseguir mais se relacionar.
Mas a vida é feita de ironia, e para sorte ou azar dele, a vida lhe trouxe de volta Lucila.
Ele estava visitando seus pais, quando estava saindod e casa ele olhou para a antiga casa de Lucila, quando teve a impressão de que era ela na porta da casa, ela estava bem, era bonita, tão bonita quanto imaginava.
Resolveu ver se era ela mesma, foi até lá perguntar, era ela, ela até se lembrava dele, conversaram por algum tempo, voltaram aos tempos da infância, onde ele confessou que sempre a amara, ela numa risada alta olhou pra ele e disse:
— Ainda bem que amor de infância passa rápido. hahaahaha
Nisso olhou no relógio e disse que estava atrasada, entrou no carro e foi embora, deixando para trás, sem saber, uma alma estilhaçada.